sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Ando pensativa... desabafos de uma mãe galinha

fruto desta semana, impregnada de muitas emoções de um novo registo familiar.
As minhas filhas mudaram ambas de Centro Infantil, foram para "escolas" mais próximas de casa.
A minha Carmen começou esta 3ª feira no ensino pré-primário publico.
A pequena  continua a fazer fitas pavorosas que me arrasam psicologicamente. Sei que depois de eu abalar se cala, ainda assim não consigo evitar que esta reação me revolva as entranhas.
Por sua vez confronto-me com as fragilidades da minha maior e embora seja uma criança obediente, organizada e esforçada, revela ser uma criança mais dependente, mais insegura e bastante reservada.
Por vezes me pergunto se ela estabelecerá vinculo com os demais. Ela vive no mundo dela, ao ritmo dela e quem quiser tem que entrar no mundo dela.
Ora nesta idade, as crianças são egocêntricas e estão em pleno desenvolvimento das suas capacidades sociais mas acontece que a vejo com dificuldades ao nível de integração social.
Nas minhas costas não sei como é, mas imagino. Quando estou presente e tenho oportunidade de observar, penso que gosta de captar a atenção dos outros meninos com habilidades, gosta que olhem para ela, na sua atividade solitária. Anda frequentemente no jogo do toca e foge.
Depois é muito comichosa e logo começa com grunhidos se a apressam no escorrega ou com queixas que este ou aquele não brincou com ela. Mas os miúdos pelo que vejo, são pragmáticos, é para brincar e ponto final: saltar, correr, tropeçar e seguir, quanto mais rápido melhor: não vejo isso nela.
Depois vem o meu irmão aqui em casa treinar no meu ginásio e começa com descrições dele na idade dela, que era um bicho do mato e que não fazia o mínimo esforço para se aproximar dos demais.
E lava as suas mágoas dizendo que até determinada fase sofreu muito com isso. Portanto para não eleger para já, nenhuma atividade extracurricular que a faça fechar-se mais dentro dela própria, como ele diz, porque eu estava virada para lhe fazer iniciação musical ou inscrever-lhe na natação.
Preciso estimulá-la na sua autonomia... Ela é um pau mandado, não toma iniciativa, e portanto é daquelas que não levanta onda, pode muito bem passar despercebida.
Depois é o embate com a pressão do relógio... Com a contradição entre exigências profissionais e domésticas e a voz pesada dos educadores, que as crianças devem passar mais tempo com as famílias.
Vejo imensos pais, bastantes mesmos que vão buscar as crianças às 15:30h à escola. Como é possível? Hoje a minha filha pediu-me muito que a fosse buscar logo e senhores como corri para ali estar como prometido.
Nem sei porque ainda por cima paira este sentimento de culpa por deixá-la por mais uma a duas horas no prolongamento, mas como é possível assegurar sempre a minha disponibilidade para tal?
Depois vem-me à cabeça a outra escola, e o Universo sabe o quanto espavorida ando para não "jogar" a Carmen para a pré e sair para levar a outra a tempo e horas, quando a hora de entrada é quase a mesma.
Depois sinto necessidade de me desculpabilizar perante a educadora da pequena, pois sei que, embora EU cumpra o horário limite de entrada e portanto não têm nada que me apontar o dedo, sei que, pela choradeira que faz, a educadora tem que largar tudo o que está a fazer para a tirar do meu pescoço e isso pode perturbar o inicio das dinâmicas de grupo.
Sinto-me estrangulada entre 2 realidades, entre duas filhas totalmente opostas física e temperamentalmente.
Só queria estar segura do caminho que tenho trilhar. Eu sinto quais são os passos que devem ser dados, mas tenho receio que me falte distanciamento para tomar o caminho certo.

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