quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A arte de Educar - Escutar com o coração


Para além de ouvir com as orelhas!
“O meu filho é teimoso, de ideias fixas, não ouve o que dizemos, ele é que tem razão e faz tudo para levar a dele avante….” “só aquilo que ele pensa está certo”….
 Frequentemente a conversa vai para aqui, quer seja entre pais, amigos ou mesmo clientes.
Estas queixas fazem-me refletir sobre o assunto e, na minha opinião,  acho que em 1.º lugar, antes de apontar o dedo à criança, ou de nos martirizarmos com o fantasma de não sermos suficientemente bons pais, onde estamos a falhar,  a pergunta que devemos fazer, é :

Será que estamos realmente a escutar os nossos filhos?

Recuemos um pouco atrás à nossa linha de vida, quando éramos simples crianças…, será que os nossos/seus pais falavam connosco? É um facto que, antigamente, não há muito tempo atrás as crianças eram mais vistas que ouvidas, e isso não era sinal de má educação, simplesmente trata-se de uma questão cultural, moldada pelos contextos sócio-económicos…
Parece banal ou repetitivo estar sempre a dizer, mas eu digo e volto a frisar, quando falamos de crianças pequenas, devemos nos lembrar da nossa própria infância!
Outra questão:

Ensinamos através do nosso exemplo, a capacidade para ouvir o outro? É que não nos esqueçamos que as crianças aprendem por imitação, imitando quem passa mais tempo com ela (e não só)
O cerne da questão é somente esta: SABER OUVIR PARA SER OUVIDO.

Não existem receitas infalíveis, cada família deve adaptar as estratégias que se adeqúem mais às suas características e dinâmicas PORÉM :

Uma coisa é necessária: disposição para Colaborar e admitir que simplesmente a criança não tem maturidade para desenvolver lutas de poder: ora sentindo-se frustrada, a primeira coisa que fará por instinto, é despejar, libertar esse mau estar- obvio!
Somos nós, os responsáveis em dar os passos necessários para que se sarem as dificuldades de dialogo e comunicação!

E para isso temos que estar disponíveis para alterar e enfrentar estes problema sob pena dos nossos filhos não escutarem nada do que lhes dizemos e isto se transformar numa bola de neve, que acaba em castigos, descontrolos e distanciamento afectivo:

Existem algumas estratégias que comecei a adoptar. Por exemplo a Minha Carmen detesta que lhe interrompa, e eu fazia sistematicamente, não por mal, mas porque estava com pressa e quebrava o raciocínio, ou porque queira adivinhar….

Então nesta situação, comecei a auto-controlar-me e aguardo que acabe de falar (poupei mtas birras desnecessárias) – deixo ser ela a falar primeiro e saber calar até ser tempo de falar.

A atitude também deve alterar-se, ou seja, importante colocar-nos no mesmo campo de visão e grau de audição. Com a  Eva só a consigo acalmar desta maneira. Quando falamos ponho-me a olhar olho no olho, evitando fazê-lo só qdo damos sermões ou ralhetes, porque vai haver um condicionamento negativo…

Faço perguntas, mostro curiosidade e sobretudo tento dar muita atenção à linguagem do coração, ou seja áquilo que não se ouve com as orelhas!

E já vai longo, volto com algo mais estruturado, serve para refletir…

Estou numa constante aprendizagem e cada vez mais me mentalizo que talvez o problema esteja na nossa forma de expressar, ou talvez sejamos nós que não estejamos a ouvir o que os nossos filhos querem dizer e se assim for, temos problema!

1 comentário:

Dina disse...

O meu filho irrita-se imenso quando eu nao o deixo terminar de falar. "Mãe deixa-me falar!" É que ás vezes nao sabe bem o que quer dizer e eu tento antecipar-me ou outras vezes a tal pressa o tal stress. Ja tinha percebido que dai á birra era espaço curto, por isso tento ouvi-lo olho no olho...claro que com vidas atarefadas nem sempre consigo..mas ha que continuar tentando. lol.
E ja algumas vezes eu falo falo e ele nada. Mas ai acho q ja imita o pai que muitas vezes faz o mesmo comigo - ja o tenho alertado pra o exemplo q depois da ao filho.
Beijocas e obrigado pela partilha destas palavras.