sexta-feira, 19 de abril de 2013

As minhas sapatilhas cor de rosa

em criança, ofereceram-me umas sapatilhas cor de rosa. Eu adorei as sapatilhas... Não eram de marca, nessa altura não se ligava a marcas, eram simplesmente umas sapatilhas, cor de rosa!
E eu era bem pequena, não me lembro da idade, mas não sei se já andava na escola primária.
Eu calçei as minhas sapatilhas e corri pelos montes perto de casa. Subi, desci, corri e lembro-me da minha alegria, que as sapatilhas eram mesmo boas. Com elas conseguia voar...
Eu conto estas histórias às minhas filhas, acho e sinto que é uma forma de mostrar respeito por elas, para que sintam que eu sou capaz de me colocar no lugar delas. Principalmente a Carmen, que é mais velha e lida frequentemente com desafios que tenta superar de forma perfeita, para que nada falhe e não lhe possam apontar o dedo.
Hoje, fui levá-las à escola e a minha Carmen estava a correr pela sala da irmã, de repente tropecou no próprio pé e caiu. Então ela sai disparada, porque caiu e sentiu-se mal por ter caido, e se colocar numa posição inferiorizada.
Eu fiquei com a pequena a tentar que ficasse na sala. De repente aparece uma auxiliar da sala da maior com a carmen ao colo que chorava que nem uma madalena. Ao que parece escondeu-se e a auxiliar deu por ela.
Chama-me má e sai a correr para a casa de banho. Por fim vou ter com ela que não me aceita. Percebo que ela queria que eu a consolasse pela falha embora o seu comportamento seja totalmente o oposto.
Contei-lhe das minhas sapatilhas cor de rosa, que eu corria muito, que eu gostava de correr, pular e saltar e que caia muitas vezes. Que não fazia mal cair. Disse-lhe que também andava com as pernas esfoladas e tinha muitas nódoas negras aqui e acolá. Consegui acolher o sentimento dela, porém, depois de conseguir isso e quebrar a sua resistência, ela prefere a minha protecção, o meu colo e não quer ficar na escola. Quer que eu fique, ou quer ir comigo. Explico-lhe calmamente que podemos acordar que eu vou buscá-la a seguir ao lanche, mas para isso não me posso demorar mais. Pergunto à educadora a que horas lancham para reforçar a minha promessa. Por fim acalma-se e vai para a sala.
É dificil gerir as necessidades e as carateristicas das duas filhas e nem sempre é possivel estender a mão e o afago no tempo certo.
Agradeço a paciencia de hoje para lidar com a situação, porque se tivesse sido engolida pela pressão do tempo, as coisas tinham ficado caóticas.
Espero cumprir a minha promessa... espero puder negociar e não impor, é dificil...
bom fim de semana

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