quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Memórias de infância

a construção da minha casa faz-me observar as coisas com coração. Detenho-me nos pormenores de outrora e constato com grande pena que muitas lojas de comércio tradicional fecharam...
Bem sei que os tempos modernos, dão-nos vidas apressadas e atarefadas e hoje já nada se faz para durar uma vida.
Eu própria tenho mudado a minha concepção de muitas coisas e dou por mim e admirar os serões que a minha mãe e avó passavam entre costura, malha, renda e crochet.
Alguma vez pensava que aquela colcha de renda antiquada pudesse ser cobiçada por mim? Não! Também porque vivo na cidade, num piso de apartamento que embora tenha dimensões de qualquer casa ou vivenda, com um bom espaço exterior e perto de tudo, não deixa de ser um apartamento. Acho pesado determinadas decorações para apartamentos.
Mas agora para uma casa de campo, as coisas mudam de figura. Então é com felicidade que vejo a minha mãe retomar a renda para me fazer um cortinado para o quarto das meninas! Com gratidão que vejo a minha sogra a me oferecer peças de decoração com história, para colocarmos na casinha do campo.
Que apanho ainda este ou aquela reliquia nas velharias ou nas lojas extintas do comércio tradicional e sem me aperceber, tenho uma divisão da minha casa, atolada de coisas empacotadas para emigrarem para o campo!
Ontem, fomos ver a salamandra e reparei num daqueles trabalhos em pedra que tem correio e uma porta para o pão! Que nostalgia me deu.
Quando era criança, no bairro onde cresci, todas as manhãs uma carrinha de pão estacionava no bairro e apitava.... era a hora do pão!
A minha avó todos os dias deixava o saco no contador de água com o €. Havia sempre um saco cheio de pão e papossecos que iamos buscar! O leite apanhávamos na leitaria a 2 passos do bairro...
belos tempos, belos tempos...

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