sábado, 18 de setembro de 2010

O meu parto

O ANTES

Dps da acunpuctura, no dia seguinte 3ª feira, começei pela manhã a perder uns liquidos e com moinhas tipo cólicas menstruais.
Fui para o trabalho e levei toda a manhã a colocar papeladas em dia. Em vez de voltar á pressa para casa fazer almoço, liguei ao meu marido e convidei-o para almoçar fora. Afinal, nunca o tinhamos feito nada somente a 2, dps de nascer a Carmen.
Aproveitámos e fomos comprar as coisinhas para a festa da carmen, adivinhando dps dias mais turbulentos. Á pressa, deixámos tudo em casa, pegámos numa mochila com farnel e alguns brinquedos da miuda e fomos buscá-la à creche. Daí fomos para a praia, aproveitar 2 horinhas de sol algarvio.
Enquanto a carmen brincava com o pai na areia, eu fui andar. Dei um longo passeio à beira mar, sentido as ondas a baterem-me nas pernas. Joguei-me à agua e disfrutei de um bom banho de mar. Sequei-me ao sol e regressámos a casa.

Enquanto o meu marido dava banho à Carmen (que anda terrivel para se lavar neste momento) eu fui dar banho. Na casa de banho começou a sair-me o rolhão mucoso, e as tais ferruadas que sentira de manhã estavam de volta.
Jantámos cedo e aí umas 7 e picos começei a ter as 1ªs contracções. Adivinhando que talvez não aguentasse até ao dia seguinte, começei a arrumar na mala as ultimas coisas que faltavam e a reunir as papeladas.

O TRABALHO DE PARTO

Desta vez, tinha pensado e repensado sobre o parto e não queria que se repetisse algumas situações como no parto da Carmen. Assim sendo, e pelo que tive oportunidade de ir lendo sobre o assunto, inspirada por alguns autores defensores do parto natural quis que desta vez, fosse o menos intervencionado possivel. Nada de anestesia, nada de estar deitada numa cama, nada de andarem constantemente a dar toques, nada de estar ligada a aparelhos, enfim...
Sabia que não queria ir cedo demais para o hospital e iria tentar fazer parte da dilatação em casa.
Assim foi. Sempre descalça, começei a andar pelo meu terraço, pela casa, concentrada na respiração. As contracções eram cada vez mais frequentes no tempo e mais intensas.
O meu marido tinha saido com aCarmen para a deixar dormir.
Foquei-me na respiração, foquei-me nas vocalizações que tinha aprendido no livro:"The art of giving birth", e à medida que as contracções iam apertando, saia-me o "O" e o "A" espontaneamente ao som de um CD de tambura. Repeti esse CD 2 x, as contracções às 23horas estavam quase de 2 em 2 minutos. Resolvi ligar à minha sogra para ficar cá em casa com a Carmen e entre contracção ainda comi um mini-magnum (lol) e vi o ultimo episódio da Anatomia de Grey.

NO HOSPITAL

Cheguei ao hospital pouco faltava para a meia noite. Fui observada e o médico disse-me que tinha quase 6 dedos de dilatação. Falei-lhe da minha pretensão, relativamente ao parto, e foi bastante acessivel, disse amen um pouco desconcertado com a minha atitude.
Passei para CTG com uma enfermeira novita igualmente querida. A Eva estava reactiva e eu estava cheia de contracções. Disse-me que pelo andar da coisa, tendo em conta que eu tinha um colo super elástico que seria rápido.
Disse-lhe que não queria ir para a sala de parto, preferia andar, pois parir não é doença nenhuma. Então foi, fui para fora para o corredor e a casa passo que dava as contracções tornavam-se mais e mais dolorosas. Mas estava a aguentar bem o recado. Começei a pressionar entre o indicador e o polegar (meridiano que é anestésico e favorecedor das contracções), 1 x por segundo durante 5 minutos em cada mão. Quando acabo de o fazer, faço mais um ou dois corredores e rebentam-me as águas.
O meu marido que ali estava começou a ficar mais ansioso e queria que fosse avisar a enfermeira. Assim foi, fui ter com ela e observou-me mais uma vez. Disse-me que a bebe estava muito móvel e subida. E se queria ir para a sala de partos. Pedi que não fosse ainda, pois não imaginava como iria geria aquelas dores deitada. Ela então acedeu, com a condição que volta e meia fosse ter com ela, para ela auscultar a barriga, para vigiar os batimentos cardiacos do bebe.
Regressei à sala de espera, que estava vazia e ia fazendo as minhas vocalizações.
ÁS tantas começo a sentir uma pressão no perinio e pensei que a coisa estivesse bem encaminhada. Mas, a enf repetia o mesmo "esta bebe está muito subida", acontece. Tem tudo favorável, mas se ela não desce, não se pode fazer nada a não ser esperar"...
Nesta altura começei a sentir-me um pouco angustiada, pois as contracções não davam tréguas e imaginei que fosse mais rápido. Estava cansada e um pouco desfocada, mas depressa voltei ao comando do barco, pois numa tempestade só dependia de mim, levar a coisa a bom termo.
Por volta das 3h da manhã, disseram-me que fosse melhor ir para a sala de parto.
Incrivelmente, toda gente já sabia que eu era "aquela" do parto natural e respeitaram na integra as minhas decisões. Mas a parteira talvez por não ter o hábito de aparecer gente com este tipo de convicções, só dizia, que a decisão era minha, que a bebe já podia ter nascido e frito e cozido.
Passa o médico e diz que já andamos á algum tempo nisto e tava na hora...
Mas na hora de quê? Com as contracções que eu tinha, não precisava de qq tipo de ajuda para induzir. Enchi o peito e já na cama não me deitei. Fiquei sentada na posição de lótus. Mais uma vez me diziam que estava tudo óptimo mas ela não descia.`.. às tantas, a parteira começou a dizer para eu puxar na contracção porque poderia ajudar a bebe a descer.
Não foi preciso dizer mais nada. Sabia que a bexiga cheia podia influenciar e então pedi a arrastadeira e sentei-me em cima dela a tentar fazer chichi. E que bem que se estava naquela posição, de cócoras. Não consegui fazer chichi, mas sentia-me tão bem lá que haviam de ver a figura. lol. O marido só dizia para eu sair dali, se não me sentia desconfortável ali.
Eu desconfortável estava era na cama, e então decidi sair da cama e fiquei de pé, de bruços junto à cama. As contracções não davam agora descanso, acabava 1 e começava outra.
Bom, eu estava a esmorecer, não pela dor, mas por pensar que pudesse algo correr mal, ou que estivesse a demorar tanto tempo que ainda entrasse porta dentro algum médico a mandar-me para cesariana ou tirar a bebe com ventosas ou forceps.
Neste pensamento, acho que cresci, sei lá, nascia de novo e começei a dar ordens à Evita, ela tinha que sair, já chega!
Começei a fazer tanta força, aproveitando cada respiração, agarrei-me à mão do meu marido e lá vamos nós. Isto eram já 6 horas sa manhã. A parteira entra e diz que agora está tudo muito bem e começa a vestir-se e a preparar a maca. Pensei que estivesse perto. O meu marido incentivava-me. Acho que a Eva queria nascer à mm hora que a irmã, mas de madrugada!
Nao sei onde me nasceu tantas forças, só sei que ela tinha que nascer.

O NASCIMENTO

Prestes a nascer, disse á parteira que gostava que não me cortasse. Ela disse-me que não seria necessário e que queria que apenas cortasse o cordão dps dele deixar de pulsar.
Disse ainda que queria ficar com ela no meu peito.
A sensação de ma tirarem de dentro de mim foi inesplicável, dificil de traduzir, porque não tem nada a ver com aquela sensação de vácuo, qdo nos cortam.
ÁS 6:23 nascia a Eva com 3440kG! Puseram-na em cima de mim, limparam-na em cima de mim. O cordão é que foi cortado mais cedo, devido áo meu sangue ser negativo.
Aqui começa mais uma história de amor. Puder estar 100% consciente e apreciar o seu rostinho com os seus olhos nos meus...
Tentei desenvencilhar as mamocas e a assistente ajudou e colocou-me ela dentro da minha camisa.
Não tive que apanhar pontos, somente 1 interno. O que se seguiu foi mágico. Pude ficar com a Eva pele a pele durante quase hora e meia. Pouco depois começou sozinha a procurar o peito e dps dumas lambedelas já pegava na mama com perfeição. Eu olhava, para aquele espectáculo da natureza e agradecia pela sorte e privilégio de seguir segura com as minhas convicções.
VALEU A PENA!

bj

ps. mtas peripécias se seguirao, tenho mto novidade, mas n sei qual o ritmo que vou escrever, pois pesa o cansaço, a disponibilidade e um novo mundo cheio de surpresas, contratempos...
e o tempo não para

dps regress0
Carla

9 comentários:

C.F. disse...

Ai Carla, deixaste-me arrepiada de emoção... que momento mágico.
Parabéns para ti, para o pai e para a mana, um beijinho de boas vindas para a Eva e votos de muitas felicidades.

* Até fiquei de lagrimita nos olhos... que saudades...

Cakuxa disse...

Olá minha querida, há quanto tempo...

Hoje aqui estou e nada melhor do que saber desta boa novidade! Parabéns minha querida, desejo que tenham tudo de bom, tudo o que merecem!

Fiquei emocionada, tenho imensas saudades, mas confesso, que deixei um bocadinho de parte este mundo que conheci pessoas maravilhosas como tu, mas nunca me esqueço de vcs, por isso aqui estou e nada melhor, que uma notícia desta, para vos brindar!

Um grande bem haja e tudo de bom!

Quase que nascia no dia da mana :-)

Mil beijos cheios de saudades!
Cakuxa

Sem Desistir disse...

Adorei a pormenorização.
Banvinda Eva! Felicidades!
bjos

Dina disse...

Bem estou emocionada e em lagrimas. Sem duvida és alguém especial e com uma força incrivel. De facto a nossa mente pode ser muito poderosa. Obrigado por partilhare um momento tão especial. Parabens pela Evita.

Vânia e Mariana disse...

PArabéns!!!!!!!! :):):):):)
Que bom que tudo correu bem, e a Eva nasceu bem!!
PElo que contas foi um momento magico, spectacular!!!é realemnte uma sensaoção indescritivel!!!

Assim que poderes vem contar mais noticias da Eva e da Carmem.

Beijinhos grandes,

Raio de Sol disse...

que lindo... fiquei arrepiada... pode sentir-se a tua felicidade em cada palavra...

ansiosa por ver a princesa mais nova!

beijos aos 4

Natália Coelho disse...

muitos parabenes e felicidades para toda a familia, que a Eva seja mto bem vinda a este novo mundo!! bjs

Susana Pina disse...

Muitos Parabéns amiga. Tives-te uma coragem imensa.
Desejo aos 4 as maiores felicidades do mundo.
Bjs
Susana

SoNhAdOrA disse...

Muitos parabens e que a Evita seja muito bem vinda...

Bjinhos grandes